quinta-feira, 29 de março de 2012

Reflexão sobre a educação em Pernambuco:NÃO BASTA SER MÃE , TEM QUE PARTICIPAR!!

Reflexão sobre a educação em Pernambuco:NÃO BASTA SER MÃE , TEM QUE PARTICIPAR!!
Algumas mães de alunos fazem cada coisa para não perderem a bolsa escola(família).
Vejam só vcs que algumas não dão remédio às crianças para não perderem, o benefício!!E outras que até forçam uma deficiência inexistente,atrapalhando o rendimento e o pregresso de seu filho.
Um certo dia , conversando com uma das mães de aluno , perguntei pq ela não queria estudar,de imediato ela me confidenciou que tinha quatro filhos (um de cada pai)estava com um novo marido, recebia a bolsa família de todos, pensão alimentícia e ainda recebia o dinheiro de uma avó que vivia em cima da cama.Em meio as gaitadas ainda indagou:-Eu não preciso trabaiar fessora!!kkkkkkkkk!
Ela esqueceu que os filhos crescem e a tia não é eterna,mas até que isso aconteça ...vai trabalhar Mirths Cavalcante,faz um menino!!kk!(Vinícius Cavalcante)
E assim caminha a humanidade...
 
 
Professora de Língua portuguesa e psicopedagoga Mirths Cavalcante .

domingo, 25 de março de 2012

OS DONOS DOS NOMES DE ALGUMAS RUAS IMPORTANTES DO RECIFE

OS DONOS DOS NOMES DE ALGUMAS RUAS IMPORTANTES DO RECIFE

Agamenon Magalhães: Nasceu em Serra Talhada, Pernambuco, em 1893 e faleceu no Recife no dia 24 de agosto de 1952. era Geógrafo de formação, mas atuou também como promotor de Direito. Fez carreira na política sendo deputado federal entre os anos de 1918 e 1945. Governou Pernambuco entre 1937 e 1950. Foi também Ministro da Justiça e do Trabalho.
Fernandes Vieira: João Fernandes Vieira nasceu em Faial, Ilha da Madeira, em 1613. Faleceu em Olinda no ano de 1681. Era um mulato de origem pobre que chegou a ser senhor de engenho e ficou marcado pela crueldade com que tratava seus escravos. Mesmo com essa mácula, ficou também eternizado como “Herói da Restauração Pernambucana” por ter participado ativamente na expulsão dos holandeses.

Marquês do Herval: Manuel Luís Osório nasceu em Conceição do Arroio (Atual Osório), Rio Grande do Sul, no dia 10 de maio de 1808 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 04 de Outubro de 1879. Foi um militar que fez carreira política durante o Império.
Conde da Boa Vista: Francisco do Rego Barros, nasceu no Cabo de Santo Agostinho no dia 04 de fevereiro de 1802 e faleceu no Recife, no dia 04 de outubro de 1870. Era irmão de João do Rego Barros, o Barão de Ipojuca. Fez carreira militar e acabou sendo preso e enviado para Portugal. Depois da prisão, mudou-se para a cidade de  Paris onde bacharelou-se em Matemática. De volta ao Recife dedicou-se a política. Foi ele quem autorizou a construção do Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo de Pernambuco. Por decreto de 18 de junho de 1841 foi agraciado com o título de barão, recebendo o título de barão com grandeza por decreto de 2 de dezembro de 1854. Promovido a visconde, com grandeza, em 12 de dezembro de 1858 e elevado a conde da Boa Vista, em 28 de agosto de 1860. O Conde da Boa Vista viveu até o fim dos seus dias na Rua da Aurora, nº 405, onde hoje funciona a Assembleia Legislativa de Pernambuco.
Dantas Barreto: Emídio Dantas Barreto nasceu em Bom Conselho, Pernambuco, em 1850 e faleceu no Rio de Janeiro em 1931. Era militar de carreira e ganhou notoriedade por ter participado da Guerra de Canudos. Foi Ministro da Guerra no governo Hermes da Fonseca, governou Pernambuco entre os anos de 1911 e 1915 e foi Senador da República.
Conselheiro Rosa e Silva: Franco de Assis Rosa e Silva nasceu no Recife no dia 04 de Outubro de 1856 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 01 de julho de 1929. Político de carreira, foi vice-presidente no governo Campo Sales. Rosa e Silva tem uma curiosidade na sua carreira política: serviu ao Império e a República. O Conselheiro Rosa e Silva entrou para história como o mentor do incêndio que destruiu o Mercado do Derby – atual QG da Polícia de Pernambuco – para afrontar Delmiro Gouveia, o criador do grande empreendimento comercial e inimigo político de Rosa e Silva e do governador de Pernambuco Sigismundo Gonçalves.
Mascarenhas de Morais: João Batista Mascarenhas de Morais nasceu em São Gabriel, Rio Grande do Sul, no dia 13 de novembro de 1883 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 17 de setembro de 1968. Foi um comandante militar e atuou na Segunda Guerra Mundial. Ganhou notoriedade por ser um grande opositor de Getúlio Vargas.
Visconde de SuassunaFrancisco de Paula Cavalcanti de Albuquerque nasceu em Jaboatão no dia 10 de junho de 1793 e faleceu no Recife no dia 28 de Janeiro de 1880.Era irmão do Barão da Muribeca. Teve atuante carreira política durante o Império sendo Senador e Ministro da Guerra. Foi agraciado com o título de visconde com grandeza por decreto de 14 de março de 1860
Demócrito de Souza Filho: nasceu no Recife no dia 27 de outubro de 1921 e foi assassinado, pela polícia da Ditadura Vargas, na Praça da Independência, em frente ao Diário de Pernambuco, no dia 03 de março de 1945. Demócrito era ferrenho crítico de Getúlio Vargas. Depois de ter rasgado uma foto do ditador, foi perseguido e se refugiou no prédio do Diário de Pernambuco. Durante um discurso de Gilberto Freyre feito da sacada do prédio, a polícia abriu fogo em vária direções e uma das balas atingiu Demócrito e outra o Carvoeiro Manoel Elias.
Marquês de Olinda: Pedro de Araújo Lima nasceu em Gameleira, Pernambuco, no dia 22 de dezembro de 1793 e faleceu no Rio de Janeiro no dia 07 de junho de 1870. Foi regente e primeiro-ministro do Império Brasileiro. Durante mais de 50 anos de vida pública, foi ministro dos Negócios, da Marinha, da Justiça, da Guerra, da Fazenda e da Agricultura.
FONTE:jornália do ED

sábado, 24 de março de 2012

ADOLESCÊNCIA:PERÍODO DIFÍCIL

A adolescência e seus conflitos






Uma das dificuldades mais comuns entre os adolescentes é conseguir entender as mudanças que acontecem nessa fase da vida. É muito comum que essa dificuldade acabe por se refletir em suas emoções. A cena é conhecida: um mau humor, vindo não se sabe de onde, uma irritação em relação a tudo o que os outros fazem ou dizem, principalmente quando esses outros são os pais ou irmãos, a sensação de que ninguém é capaz de entender seus sentimentos ou pensamentos. Quem, em algum momento da sua adolescência, não se sentiu assim? 


Outro dia, uma garota de mais ou menos 16 anos falava, em um programa de TV, de fatos muito comuns nessa fase da vida. Contava sobre as brigas com sua mãe, que começavam por causa de implicâncias bobas, mas que a deixavam com a sensação de que sua mãe era incapaz de compreendê-la; falava da escola e de uma porção de pressões a que ela cedia, mesmo sabendo que eram todas um pouco sem sentido: vestir tal roupa, usar esse tipo de cabelo, falar sobre determinados assuntos, tudo para ser “aceita” pelos amigos. Finalmente, ela falava sobre sua angústia em relação ao futuro, sobre sua incerteza a respeito de quais sonhos conseguiria realizar e sobre o medo de não conseguir tudo aquilo que desejava.




Essa espécie de “depoimento” dado pela garota reflete o momento de vida pelo qual ela está passando, mas também fala de um sentimento comum a muitas pessoas de sua idade. Isso não significa que, quando ficam adultas, as pessoas tornam-se capazes de resolver todas as suas angústias e sua vida se enche de certezas. O que acontece é que a adolescência é uma fase em que se operam mudanças muito grandes e mudanças com as quais nem sempre nos acostumamos rapidamente.


Quando somos crianças, de modo geral, as coisas parecem se resolver por si mesmas: as regras são ditadas pelos adultos à nossa volta, o futuro é uma palavra que designa algo muito distante e nossas preocupações mais imediatas são os estudos, as brincadeiras com os amigos e outras atividades que povoam nosso dia a dia. A adolescência marca um período em que o futuro parece ter chegado. Mudam os interesses, mudam as exigências, mudam as relações. Os pais não sabem bem como tratar seus filhos: ora eles são crianças demais; ora são grandes demais. Diante disso, nada mais natural do que a sensação de incompreensão vivida pelo adolescente. De fato, os pais não estão completamente preparados para compreender a velocidade das mudanças que acontecem na vida de seu filho. Eles também têm que aprender uma nova forma de lidar com esse filho que cresceu e não é mais criança.


Como se não bastasse tudo isso, outras exigências se impõem. Ter que escolher uma profissão é uma delas, e muitos conflitos surgem por causa dessa necessidade. Além disso, surgem as primeiras paixões, as primeiras desilusões, a incerteza de ser amado ou de ser atraente o bastante para a pessoa de quem se gosta. Diante de tudo isso, como não se sentir meio perdido? A grande dúvida de muitos adolescentes é se esses sentimentos são normais ou se são o indício de um desajuste.

Infelizmente, todos esses conflitos não se resolvem facilmente. A insatisfação com vários aspectos da própria vida, as incertezas sobre o amor e as angústias em torno da profissão acompanham as pessoas pela vida afora. Em alguns momentos, com mais força; em outros, de forma mais branda. Isso não é ruim. Afinal, são essas angústias que fazem com que nos movimentemos procurando mudanças que melhorem nossas vidas. O que há de especial em todos esses conflitos durante a adolescência é que eles nos mostram que estamos crescendo, amadurecendo. Administrar esses conflitos é uma outra aprendizagem importante dessa época da vida. À medida que nos compreendemos melhor e percebemos com mais clareza nossas dificuldades, nossas relações com as outras pessoas se tornam mais fáceis, e a sensação de incompreensão diminui. Quando aprendemos a lidar com as incertezas, ficamos mais fortes para fazer as mudanças necessárias. É esse o sentido de todas as dúvidas que povoam a adolescência.

Os conflitos não desaparecem com o fim da adolescência e a entrada no chamado mundo adulto. Eles são uma oportunidade para aprendermos a identificar nossas dificuldades e a lidar com elas. É por isso que, apesar de incômodos, os conflitos são importantes. Passar por eles certamente não é uma tarefa fácil, mas pode ser uma grande experiência para toda a vida.


Andréia Schmidt
FONTE:PORTAL EDUCACIONAL



 A adolescência é um período muito difícil e que requer muita atenção  dos pais e educadores.
A questão da sexualidade a cada dia mais aguçada e sem limites , acarreta coisas muito graves tais como:gravidez,doenças,entre outras...
Fico horrorizada ao ver o relato de algumas meninas que sofrem perseguições por serem "virgens"!!
A grande maioria das garotas não se valorizam, se oferecem como mercadoria barata !!Não querem estudar pensando no dinheiro da bolsa família e acham que vão ter os pais e um corpinho escultural por toda  a vida ...pura ilusão!!
Luto para mudar esta mentalidade e em minhas aulas tento conversar com algumas...

MIRTHS  CAVALCANTE.

domingo, 18 de março de 2012

ESTILO : PURA MAGIA!!

Estilo : cada um tem o seu.
Estilo é algo que faz toda a diferença em uma pesssoa. E quem é que nunca teve interesse em ter estilo?
Se uma pessoa mais tornar popular no ambiente de trabalho ou na escola enfim em diversos lugares? Ter estilo não basta apenas saber se vestir com roupas legais é preciso saber ser diferente das demais pessoas e principalmente ser original em qualquer ambiente e momento. Mas o que fazer para se tornar uma Estilo é algo que faz toda a diferença em uma pesssoa. E quem é que nunca teve interesse em pessoa de estilo? Ficou interessado no assunto? Se sim veja logo abaixo as dicas importantes para que seja uma pessoal realmente com estilo:

- É importante que você sempre saiba quem você realmente é. O primeiro passo que é de extrema importância para quem deseja ter estilo é tentar expressar sua verdadeira personalidade, e em seguida responder a uma simples ou também pode ser uma pergunta muito complicada: “Quem você é?”. Para saber definir o seu próprio estilo é uma tarefa considerada fácil, já para muitos é complexo demais, por isso, passe a analisar o seu gosto em relação a diferentes coisas. Isso não se refere apenas as coisas que contém em seu guarda-roupa, mas também com a sua galera de amigos, familiares, hobby e até mesmo cantores, artistas, celebridades, enfim, tente criar alguma inspiração para tornar mais fácil saber qual o seu estilo próprio.
-Tenha seu próprio repertório, isto é maneira com que você se vesti pode ser comparada ao ato de escrever, ou seja, você não possui um vocabulário, por isso, é preciso que esqueça-o. Caso não esqueça, você não irá conseguir se expressar, as pessoas estilosas sempre estão de olhos em revistas, internet, jornais, enfim, algo interessante de onde surgem diferentes e ótimas inspirações.

-É de extrema importância que você enfrente seu guarda-roupa e procure sempre fazer as comprar certas, é preciso que você compre roupas que não há em seu guarda-roupa, sendo que para maior controle do que você tem e não tem, é indicado que faça uma lista do que desejaria de ter, e vá eliminando as roupas que já possui. Desta formas, quando for às compras é mais fácil para que não adquira roupas iguais ou semelhantes a uma determinada peça, assim, você terá maior variedade de peças que podem ser incrementada com outras e formando um estilo diferente para cada ocasião. Outra dica para você não errar no momento da compra é separar as roupas que vestem bem, ou seja, aquela roupa que todos elogiam quando você usa, assim olhe bem para elas tente descobrir por que você gosta tanto assim delas, por que elas ficam bem em você, analise a modelagem, enfim, após descobrir o que realçam seu corpo com esta peça, você saberá comprar novas peças que também valorizem estas determinadas áreas. erem na moda. Renovar o guarda-roupa é algo sempre bom e que todos gostam, mas para isso não há a necessidade de torrar todos os eu salário e cheio de dividas no final do mês, o ideal é que você guarde dinheiro para peças que você goste muito e peças clássicas, ou melhor, peças padrão que nunca saem da moda, pois se você optar por roupas da moda irá usá-las por tempo determinado, ou seja, até quando as mesmas estiverem fora dos padrões.

-Conhecer o seu corpo é fundamental. Não dependendo do que você gosta, sempre existe aquela peça que caia bem em seu corpo, sendo que é complicado possuir estilo quando se utiliza roupas que desvalorizam tanto o corpo do homem quanto o corpo da mulher. Assim, cada biótipo tem suas desvantagens e também as suas vantagens, sendo que a primeira atenção deve ser dada para as primeiras e esconder as segundas, por isso, redobre sua atenção para as peças, evitando aquelas que não combinam com seu corpo, porque não será possível ter estilo com uma roupa que não fique legal em seu corpo.
-Procure sempre misturar as estampas, isto é, quando você se sentir segura para arriscar, saiba que você pode arriscar na mistura de estampas, ou seja, listras com bolinhas, listras com xadrez, flores com bolinhas, mas para que a misture dê certo é necessário que ambas as estampas tenha ao menos uma cor que seja igual ou pelo menos semelhante para que seja possível uniformizar o look. Outro estilo que funciona são os florais grandes ou pequenos, no entanto, é preciso respeitar o tipo de flor, como hibisco e floral.

-Dê um toque retro em seu visual, para dar este toque exclusivo em seu estilo é de grande interesse que você utilize um bom acessório, pois os acessórios mudam muito o look deixando original e muito elegante, procure acessórios em brechó porque ninguém possuirá algo semelhante com o seu. O segredo é misturar peças antigas com as peças modernas, pois caso contrário, você voltará para o passado totalmente e ao invés de estiloso (a), se tornará uma pessoa brega.

-É importante saber utilizar o poder dos acessórios, pois um bom acessório tem a capacidade de transformar um modelito em sua marca pessoal, mas é preciso dar atenção a um determinado detalhe: a combinação que é fundamental para evitar exageros. Saiba analisar qual acessório combina com o seu visual.
Seguindo as dicas acima você pode se torna uma pessoa com muito estilo, mais sabia que para ter estilo não é preciso exageros e sim ser diferente com muita criatividade e sempre buscar se original.


É PRECISO TER CORAGEM PARA ASSUMIR UM ESTILO.QUEM QUER SER SEMPRE POLTICAMENTE CORRETO  VAI SER GUIADO POR UM MOLDE OU A ALGUM PADRÃO DEFINIDO ,DEIXANDO DE LADO SEU PRÓPRIO "EU" E NUNCA VAI TER  FORÇAS PARA ASSUMIR SEU VERDADEIRO ESTILO SEM DEIXAR DE SER LINDA E CHIC!


MIRTHS CAVALCANTE.

FONTE : GUIA DICAS.

sábado, 17 de março de 2012

A HISTÓRIA DOS ACORDOS ORTOGRÁFICOS DA NOSSA LÍNGUA.

A HISTÓRIA   DOS ACORDOS ORTOGRÁFICOS DA NOSSA LÍNGUA.

A existência de duas ortografias oficiais da língua portuguesa,
a lusitana e a brasileira, tem sido considerada como largamente
prejudicial para a unidade intercontinental do português e para o seu
prestígio no mundo.
Tal situação remonta, como é sabido, a 1911, ano em que foi
adotada em Portugal a primeira grande reforma ortográfica, mas que
não foi extensiva ao Brasil.
Por iniciativa da Academia Brasileira de Letras, em
consonância com a Academia das Ciências de Lisboa, com o
objetivo de se minimizarem os inconvenientes desta situação, foi
aprovado em 1931 o primeiro acordo ortográfico entre Portugal e o
Brasil. Todavia, por razões que não importa mencionar, este acordo
não produziu, afinal, a tão desejada unificação dos dois sistemas
ortográficos, fato que levou mais tarde à Convenção Ortográfica de
1943. Perante as divergências persistentes nos Vocabulários
publicados pelas duas Academias, que punham em evidência os
parcos resultados práticos do Acordo de 1943, realizou-se, em 1945,
em Lisboa, um novo encontro entre representantes daquelas duas
agremiações, o qual conduziu à chamada Convenção Ortográfica
Luso-Brasileira de 1945. Mais uma vez, porém, este Acordo não
produziu os almejados efeitos, já que foi adotado em Portugal, mas
não no Brasil.
Em 1971, no Brasil, e em 1973, em Portugal, foram
promulgadas leis que reduziram substancialmente as divergências
ortográficas entre os dois países. Apesar destas louváveis iniciativas,
continuavam a persistir, porém, divergências sérias entre os dois
sistemas ortográficos.

Foi, pois, tendo presentes estes objetivos que se fixou o novo
texto de unificação ortográfica, o qual representa uma versão menos
forte do que as que foram conseguidas em 1945 e 1986, mas ainda
assim suficientemente forte para unificar ortograficamente cerca de
98% do vocabulário geral da língua.

A existência de duas ortografias oficiais da língua portuguesa,
a lusitana e a brasileira, tem sido considerada como largamente
prejudicial para a unidade intercontinental do português e para o seu
prestígio no mundo.
Tal situação remonta, como é sabido, a 1911, ano em que foi
adotada em Portugal a primeira grande reforma ortográfica, mas que
não foi extensiva ao Brasil.
Por iniciativa da Academia Brasileira de Letras, em
consonância com a Academia das Ciências de Lisboa, com o
objetivo de se minimizarem os inconvenientes desta situação, foi
aprovado em 1931 o primeiro acordo ortográfico entre Portugal e o
Brasil. Todavia, por razões que não importa mencionar, este acordo
não produziu, afinal, a tão desejada unificação dos dois sistemas
ortográficos, fato que levou mais tarde à Convenção Ortográfica de
1943. Perante as divergências persistentes nos Vocabulários
publicados pelas duas Academias, que punham em evidência os
parcos resultados práticos do Acordo de 1943, realizou-se, em 1945,
em Lisboa, um novo encontro entre representantes daquelas duas
agremiações, o qual conduziu à chamada Convenção Ortográfica
Luso-Brasileira de 1945. Mais uma vez, porém, este Acordo não
produziu os almejados efeitos, já que foi adotado em Portugal, mas
não no Brasil.
Em 1971, no Brasil, e em 1973, em Portugal, foram
promulgadas leis que reduziram substancialmente as divergências
ortográficas entre os dois países. Apesar destas louváveis iniciativas,
continuavam a persistir, porém, divergências sérias entre os dois
sistemas ortográficos.
 
O novo acordo ortográfico da lingua portuguesa, aprovado no Brasil pelo Decreto Legislativo n. 54, de 18 de abril de 1995 e, em vigor desde primeiro de janeiro de 2009, introduziu algumas alterações na ortografia de nossa língua, a última flor do Lácio...

Significado de Flor do Lácio

O que é Flor do Lácio:

Flor do Lácio é uma expressão usada para designar a língua portuguesa. O poeta brasileiro Olavo Bilac, se referiu ao idioma português como a última das filhas da língua latina, tornando assim conhecida a primeira frase de sua poesia chamada “Língua Portuguesa”, onde diz “A última flor do Lácio, inculta e bela”. Inculta significa que apesar das pessoas falarem e escreverem errado, a língua portuguesa continua bela. 

Origem do Termo Flor do Lácio

Lacio é uma cidade italiana onde primitivamente era falado o Latim. As línguas chamadas latinas, isto é, que derivam do latim são: francês, espanhol, italiano e o português, que foi a última língua derivada do latim. Por isso a citação de Olavo Bilac se referindo a língua em seu poema.

Soneto Língua Portuguesa de Olavo Bilac

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

 


 

Soneto Língua Portuguesa de Olavo Bilac

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...
Amo-te assim, desconhecida e obscura.
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela,
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
em que da voz materna ouvi: "meu filho!",
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!




Vinicius de Moraes

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinicius de Moraes, "Antologia Poética", Editora do Autor, Rio de Janeiro, 1960, pág. 96.

FLOR DE LIS :MINHA FLOR AMADA...  

Significado de Flor de Lis

O que é Flor de Lis:

Flor de lis é uma figura muito associada à monarquia francesa, em especial ao rei da França. A flor-de-lis é símbolo de poder e soberania, assim como de pureza de corpo e alma.
flor-de-lisA palavra lis, significa lírio ou iris, e é a representação de uma flor, e seu simbolismo, é o que os elementos heráldicos querem transmitir, quando a empregam sob as mais diversas formas. É uma das quatro figuras mais populares em brasões, juntamente com a águia, a cruz e o leão.
A flor de lis é o símbolo do movimento escoteiro, onde as três pétalas representam os três pilares da promessa escoteira e o apontar para o Norte em mapas e bússolas, mostra para onde o jovem deve ir, sempre para cima.
Certos estudiosos afirmam que a flor-de-lis teve sua origem na flor-de-lótus do Egito, outros defendem que foi inspirada na alabarda ou lírio - um ferro de três pontas que se colocava fincado nos fossos ou covas para espetar quem ali caísse. Outra possível origem é a de que seja uma cópia do desenho estampado em antigas moedas assírias e muçulmanas.






FONTES: SITE - O SIGNIFICADO,WIKIPÉDIA,POR TRAS DAS LETRAS,REVISTA CONSTRUIR.

PROFESSORA MIRTHS CAVALCANTE.

 















quarta-feira, 14 de março de 2012

14 DE MARÇO - DIA DA POESIA

Linha do Tempo da Poesia Pernambucana


PANORAMA DA POESIA EM PERNAMBUCO
Heloísa Arcoverde de Morais*

LUGAR DE POETA É AQUI
             ONDE O MAR É UMA MONTANHA....         
que na língua dos bárbaros escura
Paranambuco de todos é chamado

Bento Teixeira

A história da poesia em terras pernambucanas começa, fins do século XVI, com a PROSOPOPÉIA, de Bento Teixeira, poema épico para exaltar o governador de Pernambuco, Jorge de Albuquerque Coelho. Polêmicas à parte sobre o valor literário da obra, a PROSOPOPÉIA, publicada em Lisboa, no ano de 1601, após a morte do autor, consta como sendo o primeiro texto poético escrito no Brasil, entre 1585 e 1594. Foi a época em que o poeta residiu em Olinda.
Todos cantam sua terra....

SÉCULO XVII
Tempos de Nassau
Maurício de Nassau, o Conde, governa Pernambuco holandês entre 1637 e 1644. Ergue palácios, constrói pontes, traz para o Recife artistas e cientistas que perpetuam os tempos flamengos. Nassau permanece no imaginário dos poetas da cidade maurícia.

SÉCULO XVIII
Religiosos, mas nem tanto
Na próspera capitania do açúcar, as atividades literárias não progrediam na mesma proporção das atividades econômicas. Os conventos eram o celeiro cultural e aos frades e padres cabia a primazia das letras.
O Barroco ainda predominava, atingindo alto grau de maneirismo. Aqui em Pernambuco, temos o Frei Jaboatão (Recife, 1695 - 1763/1775) com uma poesia sacra:
Ao menino Deus nascido no Presépio:
Esse que vês, pequenino,
nessas palhas reclinado
do Padre é verbo divino,
por nosso amor humanado

E a poesia satírica e bem humorada como a do Pe. Antônio Gomes Pacheco (Itamaracá 1741):
Pergunta certa Senhora
Sem presumir mal algum,
Se um beijo, na sexta-feira,
Fará quebrar o jejum..


SÉCULO XIX
Revoluções libertárias, novos pretextos poéticos
Quem passa a vida que eu passo,
Não deve a morte temer
Com a morte não se assusta
Quem está sempre a morrer

Frei Caneca
Sopraram em Pernambuco os ideais da Revolução Francesa de 1789, deflagrados na Revolução de 1817. Sufocada, deixa as sementes da rebeldia que prosperam, de novo, em 1824, com a Confederação do Equador.
O nacionalismo revolucionário, antimonarquista, sobressai nas campanhas jornalísticas do Typhis Pernambucano (1823-1824), dirigido pelo Frei Caneca, sob a égide do Iluminismo.
Frei do Amor Divino Caneca é fuzilado em 1825, no Forte das Cinco Pontas, após a derrota da conjuração. Deixa o sentimento libertário como herança poética.
Na literatura, ainda domina o estilo neoclássico. A poesia de José da Natividade Saldanha (Jaboatão 1795 - Bogotá 1830), poeta revolucionário dessa época, revela o lado patriótico e dilui o estético.
"Ai de mim que sou assim... romântico"
A transição, em Pernambuco, entre o neoclassicismo e a nova estética do Romantismo, surge na poesia de Maciel Monteiro, o Barão de Itamaracá. O poeta dos salões nasce no Recife em 1804. Político e diplomata, atua em Lisboa onde morre no ano de 1868. Seus poemas, então esparsos, foram reunidos e publicados em edição póstuma (Recife 1905) por Regueira Costa e Álvares de Carvalho. O soneto FORMOSA contém elementos românticos como a divinização da mulher:
Formosa, qual pincel em tela fina
Debuxar jamais pôde ou nunca ousara;
Formosa, qual jamais desabrochara
Na primavera rosa purpurina

Formosa, qual se a própria mão divina
Lhe alinhara o contorno e a forma rara;
Formosa, qual no céu jamais brilhara
Astro gentil, estrela peregrina

Formosa, qual se a natureza e a sorte,
Dando as mãos em seus dons, em seus lavores
Jamais soube imitar no todo ou parte;

Mulher celeste, oh! anjo de primores!
Quem pode ver-te, sem querer amar-te?
Quem pode amar-te, sem morrer de amores?!

Maciel Monteiro



O navio é negreiro
Mal de amor não tem remédio. De saudade, tristeza e tuberculose morrem os poetas ultra-românticos.
Meados do século XIX. O céu é do condor. A poesia social dessa última fase romântica se inspira em Victor Hugo. Com 16 anos, em 1864, Castro Alves chega ao Recife para os estudos de Direito. Além dos suspiros pela atriz Eugênia Câmara, o baiano empresta voz e versos à grande causa do abolicionismo. Na mesma época, vem para ficar o sergipano Tobias Barreto. Poetas rivais, Castro Alves e Tobias Barreto agitam o Teatro de Santa Isabel com embates poético-passionais.
Pertence a essa fase condoreira, Vitoriano Palhares (Recife 1840-1890), com um lirismo subjetivo e patriótico, que tem a Guerra do Paraguai como tema.

FINAL DO SÉCULO XIX
Ciência, filosofia e arte
Século dezenove! o bronze do teu vulto
Há de ser venerado, há de se impor ao culto
Dos pósteros, bem como impõe-se à escuridão
Um relâmpago, um raio, um brilho, uma explosão!

Martins Júnior (Visões de Hoje)
Em torno de 1870, desembarcaram no Recife as influências do realismo europeu, embora românticos versos inspirassem ainda (e sempre) as vocações poéticas, tênues que são os limites de um movimento literário a outro. A vida intelectual da cidade é intensa. A Faculdade de Direito é o grande centro de formação de bacharéis, vindos de todo o Nordeste. Aglutinava professores e estudantes em torno das causas abolicionistas e republicanas, com destaque para os sergipanos Sílvio Romero e Tobias Barreto que nela viria a ensinar.

A Escola do Recife
Após a fase condoreira (1867-1870), a poesia romântica de Tobias Barreto cede espaço à oratória e à prosa científica. Será a figura central da escola que o crítico literário Sílvio Romero, um dos seus seguidores, denominará Escola do Recife, sob a égide da filosofia alemã. Irradiará a nova ordem no meio cultural do Recife com base no positivismo e no evolucionismo.
Martins Júnior (Recife 1860 - Rio 1904) assumirá o tom realista na sua poesia científica: Lateja-me, no crânio, o cérebro e, no peito, // lateja-me, fervente, o coração. Termos científicos que, no início do século XX, o paraibano Augusto dos Anjos (PB 1884-MG 1914), utilizará no seu livro Eu.. Morou no Recife e poetizou a Ponte Buarque de Macedo.

A virada do século
O ideal da impessoalidade que se contrapõe ao Romantismo e o culto pela forma ditam o verso parnasiano. A estética da arte pela arte, assimilada dos franceses Theóphile Gautier e Leconte de Lisle, atravessa os primeiros vinte anos do novo século.
O poeta pernambucano, Medeiros e Albuquerque, inaugura o Simbolismo no Brasil, antes de Cruz e Souza, ao lançar Pecados, em 1889.
Parnasianos do fim do século e os neoparnasianos, seus sucessores, cultuarão o gosto pelo soneto, traídos muitas vezes pelos traços românticos e até simbolistas dos temas. Eis o cenário recifense dos poetas que abrangem esse período:
Farias Neves Sobrinho, Gervásio Fioranti e Carlos Porto Carreiro publicavam na Revista Contemporânea, dirigida por França Pereira e no Almanaque de Pernambuco, de Júlio Pires.
A essa geração sucede a da Heliópolis com Teotônio Freire, Manuel Arão, Mariano Lemos, Bastos Tigre. Esdras Farias é o poeta da geração boêmia.
Destacaríamos Olegário Mariano, radicado no Rio de Janeiro e Eugênio Coimbra Júnior, jornalista com produção poética até os anos 70 do século XX.
Estes quatro séculos de panorama poético delineiam o caráter aglutinador e cosmopolita da literatura em Pernambuco, pólo cultural do Nordeste: seus poetas são também, alagoanos, baianos, cearenses, paraibanos...

SÉCULO XX
Fartos do lirismo comedido
Até início dos anos 20, com raras exceções, a produção literária, mais especificamente a poesia, restringia-se ao soneto de forma repetitiva. Evidente que este marasmo seria sacudido pelos ventos transformadores que agitavam as diversas manifestações culturais, em várias partes do mundo, sendo São Paulo, no sul do país, o pólo dessas mudanças que culminaram na Semana da Arte Moderna de 1922.
Com Gilberto Freyre à frente, consolida-se um movimento que direciona a renovação cultural para o Regionalismo em Pernambuco, gerando fatos como o 1º Congresso Regionalista do Nordeste e a conseqüente publicação do Manifesto Regionalista. Por outro lado, polemizando, Joaquim Inojosa divulga as tendências modernistas na cidade, à semelhança de São Paulo.
Quanto à renovação da poesia, cuja produção ainda continuava, na sua maior parte, presa ao Romantismo e ao Parnasianismo, coube papel de destaque à Revista do Norte, idealizada por José Maria de Albuquerque e que reunia intelectuais freqüentadores do Café Continental, na Esquina da Lafaiete, centro do Recife.
Dessa década saem poetas como Benedito Monteiro, Vicente do Rego Monteiro (também pintor) e Austro Costa. Mas é a poesia de Ascenso Ferreira, impregnada de sensualidade brejeira, de saudade dos engenhos (seu primeiro livro Catimbó foi lançado pela Revista do Norte), ao lado da obras de Joaquim Cardozo e de Manuel Bandeira, já radicado no Rio de Janeiro, que irão marcar essa época. Trio que instaurou a modernidade entre nós.

Geração 45, o retorno à medida
O lápis , o esquadro, o papel;
O desenho, o projeto, o número:
O engenheiro pensa o mundo justo,
Mundo que nenhum véu encobre

João Cabral de Melo Neto(O engenheiro)
É a geração que, em várias partes do Brasil, sucede ao furor experimental do Modernismo de 22, com suas próprias experiências na linguagem poética, de acentuada preocupação com o rigor formal e com a metalinguagem - a poesia que fala da poesia. A recusa, por exemplo, aos poemas piadas, aos versos livres, é, de certo modo, o denominador comum dessa geração, assim batizada, por Domingos Carvalho da Silva, em 1948.
Em Pernambuco, a produção poética local apresenta, também, uma temática de caráter neo-regionalista.
Situam-se, neste contexto, Mauro Mota, Carlos Moreira e Edson Regis. O alagoano Geraldino Brasil lança seu primeiro livro de poemas em 1948. Na trajetória pernambucana de sua poesia, prende-se pouco ao rigor formalístico e imprime em seus versos o tom coloquial do espetáculo da vida. Deolindo Tavares faz poesia ainda nos anos 30, mas sua obra só é publicada postumamente em 45.
Por critério cronológico, alguns ensaístas acrescentam o nome de João Cabral de Melo Neto, no entanto, sua poesia vai além dos padrões dessa geração. Considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa, Cabral ultrapassa as fronteiras de Pernambuco e do Brasil.

Solano Trindade (Recife 1908 - Rio 1974)
Civilização branca
Lincharam um homem
entre os arranha-céus
(li num jornal)
procurei o crime do homem
o crime não estava no homem
estava na cor de sua epiderme.

(in Cantares ao meu povo)
A poesia de Solano Trindade vai do humanismo socialista à defesa dos valores afrobrasileiros, atingindo a universalidade pelo vigor da linguagem poética.

Além de Gerações
Grupo de poetas com estréia a partir dos anos 50, como é o caso de Carlos Pena Filho, Edmir Domingues e Audálio Alves.
Como divisor de águas entre essa geração e a dos poetas que irão compor a geração 65, situaríamos a poesia de César Leal, poeta e ensaísta. Segundo o crítico Eduardo Portela sobre a produção poética César Leal: o trabalho encantado da linguagem é das construções mais convincentes da nossa literatura contemporânea.
Francisco Bandeira de Mello, também, inicia nos anos 50 a sua produção poética, com destaque para os seus sonetos líricos. No início de 60, surge a poesia de Sebastião Uchoa Leite, que se notabiliza, ainda, como ensaísta e, apesar de sua permanência longe do Recife, deixa, após sua morte, um vazio intelectual na cidade.

Vertiginosamente azul
Carlos Pena Filho
Poeta dos mais queridos nesta cidade "metade roubada ao mar, / metade à imaginação," onde nasceu em 1929 e morreu em 1960. O lirismo dos seus sonetos permanece na memória dos antigos e novos freqüentadores, ou não, do Bar Savoy pois é lá que
o refrão é sempre assim:
são trinta copos de chope,
são trinta homens sentados
trezentos desejos presos
trinta mil sonhos frustrados.


GERAÇÃO 65
Múltiplas margens
Tadeu Rocha foi quem a denominou. O grupo é numeroso. Seus poetas ainda estão atuantes, daí a ambigüidade de se classificar artistas por geração. Muitos começos. Todos em torno de 1965. O crítico literário César Leal lança no Suplemento Literário do Diario de Pernambuco e na revista Estudos Universitários os primeiros nomes desta geração: Jaci Bezerra, Alberto Cunha Melo e Domingos Alexandre. Esman Dias, Everardo Norões e Orley Mesquita publicam seus poemas na Clave - caderno de poesia (Tipografia Marista 1965)
Outros poetas se aglutinam. Freqüentam os bares Torre de Londres (13 de Maio) e Savoy (Guararapes) e a Livro 7. Celina de Holanda os reúne em sua casa. João Cabral é a influência maior. Pertencem, também, a essa geração: José Carlos Targino, Marcus Accioly, Arnaldo Tobias, Ângelo Monteiro, Montez Magno, Fernando Monteiro, Marco Polo, Sérgio Moacyr de Albuquerque, Tarcísio Meira César, Severino Filgueira, José Rodrigues de Paiva, Cyl Gallindo, José Mário Rodrigues, Gladstone Vieira Belo.
Incorporam-se, depois, Almir Castro Barros, Luis Carlos Duarte, Lucila Nogueira, Janice Japiassu.


ANOS 70
Movimento Armorial
Voltado para uma temática nordestina, abrangendo a literatura, a dança, a música, as artes plásticas e as artes cênicas, seu objetivo é a realização de uma arte erudita brasileira. O poeta e dramaturgo Ariano Suassuna foi o criador do Movimento.
Pertenceram ao movimento os poetas Ângelo Monteiro, Deborah Brennand e Janice Japiassu.

A palavra da mulher
O final do século XIX já revelava uma atuação de poetisas pernambucanas escrevendo em jornais e revistas literárias que circulavam entre mulheres de todo o Brasil. Ao contrário dos jornais masculinos que as associavam à maternidade e ao magistério, abordavam temas políticos, contra a escravidão e a favor da República e em seus poemas falavam do amor, do desejo, e da vontade de escrever. São elas:
Francisca Izidora, Thargélia Barreto de Menezes, Ana Nogueira, Maria Heráclia e Joana Tiburtina Lins.
O Recife apresenta uma marcante presença feminina na poesia contemporânea..
Em 1979, a poeta portuguesa, naturalizada pernambucana, Maria de Lourdes Hortas, reuniu em livro sob o título Palavra de mulher (poesia feminina brasileira contemporânea) poetas mulheres de todo o Brasil, destacando as de Pernambuco: Tereza Halliday, Celina de Holanda, Deborah Brennand, Maria da Paz Ribeiro Dantas, Tereza Tenório, Zila Mamede, além da própria Maria de Lourdes Hortas.
Acrescentaríamos a esta lista de mulheres uma nova geração de poetas: Dione Barreto, Fátima Ferreira, Vernaide Vanderlei, Andrea Borba, Miriam Brindeiro, Clara Angélica, Cida Pedrosa, Lea Lopes, Júlia Lemos e Danielle Romani, Silvana Menezes, Aline Andrade, Cecília Villanova, entre tantas outras.

Resistir era preciso
Os anos 70 dão continuidade àquela poesia da década de 60, fiel ao lirismo bandeiriano ou herdeira de Cabral.
Entretanto, uma nova postura de fazer poesia como alternativa ao lirismo comedido ou como resistência aos poderes dominantes (golpe de 64) ocorre, também, em Pernambuco, a exemplo de outros pontos do país.
Dos meados da década de 70 ao início dos anos 80, Recife e Olinda são agitados por diversas manifestações poéticas: recitais, movimentos alternativos, caminhadas poéticas. É a poesia em bares, praças e ruas.
Convive-se com uma poesia que vai do texto bem comportado à vertente dos demolidores da linguagem, como um Jomard Muniz de Britto, professor universitário, cineasta, poeta e ensaísta.
Para o crítico paraibano Hildeberto Barbosa Filho em seu ensaio sobre a Terceira Aquarela do Brasil: uma escritura tropicalista: Jomard Muniz de Britto opera em múltiplos níveis: o redimensionamento histórico (Terceira Aquarela do Brasil); a desmistificação pedagógica (educação pela marreta); o estamento cultural pelo avesso (procura-se vivo ou morto); a perquirição política do momento (PT situações) e a leitura reiterativa do Nordeste (nos abismos da pernambucália).
Ligados, ainda, a esta vertente de desconstrução / construção da linguagem estão os poetas Pedro Américo e Wilson Araújo de Souza que, em parceria publicaram o folder Pedro Américo/Wilson Araújo.
Encontramos exemplo do poeta individual, andarilho, em Juareiz Correya. À época, Juareiz costumava viajar pelo interior abrindo espaços como divulgador de sua poesia. Publicou Americanto.

Poesia Visual
Segundo depoimento de Paulo Bruscky, o poema Processo surgiu em dezembro de 1967, simultaneamente em Natal e no Rio e teve não só grande repercussão como adesão de artistas e poetas pernambucanos. No período de 1968 a 1972 integraram este movimento: José Cláudio, Ivan Maurício, Arnaldo Tobias, Paulo Bruscky, Jobson Figueiredo e Alberto Cunha Melo.
Vale ressaltar a colaboração do Caderno C do Suplemento Cultural do Jornal do Commercio dirigido inicialmente por Celso Marconi e depois por Alberto Cunha Melo, que publicaram não só poetas locais, como também textos teóricos sobre o Poema Processo.
Alguns fatos são pioneiros, como o Livro do carimbo de José Cláudio, a publicação coletiva de Metamorfome de Ivan Maurício (livro envelope) com trabalho de José Cláudio, Zezo, Daura, Humberto.
A partir de 1973, eclodem no Recife movimentos de Poesia Visual e Experimental, além da Arte Correio ou Arte Postal, sendo Paulo Bruscky iniciador deste movimento pioneiro no país. Entre os participantes mais ativos estão Jomard Muniz de Brito, Daniel Santiago, Paulo Bruscky, Silvio Hansen, Arnaldo Tobias, Wilson Araújo, Pedro Américo, Ivan Maurício, Ypiranga Filho, Tarcísio Silva, Marconi Notaro, Maurício Silva, Leonhard Frank Duch e Alexandre Nóbrega. Várias publicações foram feitas neste período: revista Punho 1973; Envelope Multipostais 1978; Revista A Gazeta 1977; Telegramarte; Envelope 1978; Revista Classificada 1979 e Marca da Fantasia 1984.
 
ANOS 80
A poesia independente
Em 1981, começou no Recife o Movimento dos Escritores Independentes. Caracterizou-se pela promoção de recitais de poesia nas ruas: na calçada em frente à Livro 7, no Bar Casarão, na Rua Sete de Setembro, no Beco da Fome e na Praça do Sebo. Esse tipo de poesia começou a ter peso na imprensa e na intelectualidade pelo público que atraía. Marcelo Mário de Melo, um dos participantes, nos conta que nas manhãs dos sábados toda a freguesia das Lojas Americanas (próxima à Livro 7) se deslocava para ouvir e ver os poetas.
Marcelo ressalta que nem sempre havia nessa poesia um conteúdo crítico, político ou social. Se um poeta queria apresentar o seu poema, ter seu público, integrava-se a esse grupo para tal.
Participavam os poetas: Marcelo Mário de Melo, Léa Lopes, Azimar Rocha, Don Antônio, Geni Vieira, Wilson Freire, Jane Faria, Caesar Sobreira, Eduardo Martins, Cida Pedrosa, Francisco Espinhara, Samuel Santos, Fátima Ferreira, Chico Sá, Hector Pellizi, Manoel Constantino, Fred Caminha, Dione Barreto, Luis Carlos Monteiro.
Recitais ainda ressoam nos eventos de hoje. Outros poetas aderem e formam novos grupos com performances nos acontecimentos da cidade.
Vem da década de 80 a atuação de dois novos poetas, revelados, também por César Leal: Weydson de Barros Leal e Mário Hélio.

Os poetas da Rua do Imperador
O grupo "Os poetas da Rua do Imperador" foi uma invenção do poeta Vital Corrêa de Araújo, reunindo poetas que transitavam ou trabalhavam por aquela rua, entre eles, Iran Gama e Edgar Powell.

ANOS 90
A lição de poesia: marginal ou acadêmica?
Fazer versos, isso se aprende em academias? Ganha o Recife a sua geração 95? Existe uma produção poética que já chega madura, respaldada em erudição e embasamento teórico? Ou a poesia anda solta nas ruas, nas praças, nos bares? tão livre quanto seus poetas marginais? O final da década traz a poesia de Alvacir Raposo com a publicação d'O discurso do rei.
O ano 2000 inicia o milênio com Eduardo Diógenes lançando o livro A Barlavento. Jairo Lima surpreende com o Livro das Árias e das horas-pequeno livro das nuvens.


Da lama ao caos
Chico Science dá o mote e o compasso aos exercícios de linguagem dos mais jovens praticantes, com direito a se legitimar na arte da poesia. O manguebeat bate forte nos ritmos, nos versos e nas letras de música.

Novo milênio
Linguagens plurais. Multimeios. Que vanguardas? Quais rupturas ou neoconservadorismos? "poesia@com.pe"? Quem navegar, neste site, ver